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Espaço Literário - 9o Ano

COVID -19.
Afastamento Social.
Escolas vazias.
Pais fazendo home office.
E agora?

Confira as produções literárias de nossos escritores sobre o tema: 
"o dia em que o planeta parou".
Um show de imaginação e criatividade.


***

Noé dos tempos modernos

      Certo dia eu estava indo para escola. Ao lado da escola havia um portão, e notei algo surpreendente: ele estava aberto! Esse portão vivia fechado. 
       Achei estranho; dentro havia um carro velho com seis malas no porta-malas, e sete malas amarradas em cima dele.
          Fui para a escola tive as aulas e nos informaram que uma epidemia estava chegando ao Brasil. Deveríamos tomar mais cuidado com a higiene e não nos cumprimentar mais. Achei que era uma coisa comum, não vi nada de surpreendente aí e continuei com os mesmos hábitos de higiene de sempre.
        Chegando em casa, fui jogar videogame. Durante o jogo meu amigo me convidou para viajar com ele. Eu aceitei, e fui pedir a permissão dos meus pais. Eles deixaram, mas eu teria que fazer as lições antes. Quando terminei, fui avisar o meu amigo que eu iria junto.
          Nos divertimos muito, mas de repente, a escola dele falou que iria parar de funcionar devido à epidemia. Eu não tinha nenhuma notícia. De que epidemia eles estavam falando? Meu celular não tinha sinal... Comecei a ficar confuso porque não recebia notícias de nada. Enquanto isso, sem eu saber, o vírus começou a se espalhar rapidamente...
      Cheguei em casa mais ou menos às 23:30. Era tarde. Uma coisa muito estranha então aconteceu: minha mãe não me mandou ir dormir; não perguntei nada, só fui para a cama, pois no próximo dia eu teria aula e estava com sono.
    Dia seguinte acordei bem mais tarde do que o horário comum. Realmente, as aulas foram suspensas. Fui a escola a pé para pegar meu material porque descobri que não teria aula, mas os professores continuariam passando lições.
    Quando fui pegar meu material, descobri que na casa ao lado, cujo portão vivia fechado, havia uma carta de um desconhecido. A carta dizia: “amigos, aqui no laboratório, acabamos de descobrir que esta epidemia é só a primeira ‘onda’; após a terrível doença, a taxa de mortalidade dos infectados aumentará para 98,95%, e isso causará a morte de 90% da população; se isolem para chegar vivos no ‘novo mundo’”.
    Mandei uma foto para a minha mãe. Agora estamos isolados em um lugar onde não posso falar o endereço e não temos previsão de quando sairemos...

AUTOR: Henrique A.  


***

Noite na escola 
   

     Estava em casa sem fazer nada, isolado por conta de uma epidemia global. Lá fora tudo fechado. Todos em casa. Sem aulas.
     Por causa do tédio decidi fugir de casa e invadir a escola que estava vazia, sem ninguém. Também chamei Leo, Pedro, Henrique e Rafa. Todos estavam lá. Leo queria estudar, Rafa queria jogar no celular, Pedro queria jogar futebol, eu queria jogar basquete e Henrique também.
     Depois de tanto discutirmos, decidimos jogar basquete. No meio da partida o céu começou a escurecer, mas era cedo para isso. Eram mais ou menos dez horas da manhã. Nós nos assustamos, mas continuamos a partida. Minutos depois Leo teve um ataque de asma e morreu.
      Todos, apavorados saímos correndo para nossa sala. Nós começamos a chorar de desespero, lá fora ventava muito forte e chovia bastante. Nós começamos a achar que era um tornado. Então o prédio foi levado pela tempestade. De repente a escola estava devastada. Por incrível que pareça, a maioria não morreu, só o Pedro.
       Parecia cena de filme. O resto dos meninos saiu correndo pra fora da escola, que do lado de fora não parecia destruída. Já era noite...
     Todos foram pra suas casas assustados. O mais estranho é que no resto da cidade estava tudo normal. Cheguei em casa e meus pais estavam furiosos, me mandaram para o quarto. Eu não conseguia dormir. No grupo de Whatsapp estavam todos mandando mensagens de risadas. Tudo estava armado para mim.

AUTOR: TOMÁS Z.


***

Querido diário...

          
        Querido diário, já faz 21 dias desde o comunicado oficial da "Quarentena", e já foram 21 dias de puro silêncio.
         A cidade estava calada, não se ouvia ninguém muito menos via um alma viva na rua. A cidade, estava iluminada, mas agora ela está apagada... Nunca vi as pessoas com tanto medo, como agora .
      As pessoas com medo se trancaram em casa, as escolas não abrem, os funcionários não trabalham. Isso é assustador.
          Eu não vou mais para a escola, e meus pais não trabalham mais, no começo eu amava a ideia de ficar em casa, sem preocupações e sem deveres, mas isso mudou quando o tédio bateu .
           Eu já fiz de tudo para espantar o tédio absurdo. Já assisti todos os filmes possíveis da Netflix, joguei jogos online até desenhei , mas o que eu realmente queria fazer é sair de casa.
         Eu sei que o que está acontecendo é muito sério, mas eu não ligo para essa doença até porque o modo de contágio é por sangue e eu também sei que esse vírus é letal. Minha mãe já me chamou até de suicida .
         Eu sinto falta da minha liberdade e meu direito de ir e vir , ser livre para fazer o que quiser. Esse vírus acabou com civilizações inteiras e se chama zone-z...


AUTORA: JÚLIA P.

***

A ESCOLA


     Estava eu em casa, sem absolutamente nada para fazer...
    “Que tédio, mano do céu! ”
    Sozinho. Já tinha zerado todos os jogos do videogame. A lição, eu nem fiz. Não sabia se a escola ia voltar, logo, não fiz nada e aproveitei o tempo...
   Pensando nisso fui à escola e chamei meus amigos para nós nos vermos mais uma vez, pois estávamos há 5 meses de quarentena...
   Eu até fiquei impressionado, porque os dois mais corajosos da sala não foram por estarem com medo. Foi bem estranho reencontrar os outros.
   Quando entramos foi uma loucura só! Estava tudo limpo e não tinha nada de poeira. Você pode achar que não estou falando nada com nada, mas é verdade!
    Alguém estava limpando aquilo e, pelo jeito estava ali naquele momento, pois ouvimos:
   “QUEM ESTÁ AI? “
   Saímos correndo e batemos de cara com a pessoa, que era... A diretora! Não sabíamos o que fazer.
    Lembramos que filha da diretora é nossa amiga e ligamos para ela contar o porquê da sua mãe estar limpando a escola. Sua resposta foi chocante, pois ela disse que sua mãe estava doente e de repouso. Ela estava olhando-a descansar para ver se melhorava...
   Ficamos paralisados. Passou um calafrio na nuca. Se a diretora estava doente, quem estava ali olhando a gente naquele momento? Estávamos presos com ela, ali, do nosso lado.
    Soltei uma pergunta:
   “Quem é a senhora? “
    Ela olhou para mim com um tom de reprovação e disse:
  “Eu sou a DIRETORA desta escola na terceira dimensão".
   Ela disse que não era espírito, nem fantasma. Apenas outra “versão” da diretora que conhecemos.
Logo, ela nos contou algumas regras daquele mundo, como por exemplo: ninguém da primeira dimensão (como nós) pode tocá-la ou feri-la. Outra regra é que se contarmos algo para uma pessoa da terceira dimensão a versão da primeira dimensão irá ouvir também.
    Eu e meus amigos vimos que não era só a diretora ali, tinha todos da cidade na terceira dimensão! Decidimos brincar um pouco com as regras para tirar o tédio. E funcionou! O que fazíamos eram coisas como: procurávamos um amigo nosso na terceira dimensão e dávamos um susto nele de algum modo, assim o nosso amigo “real” tomava o susto também.
    Fizemos isso umas 100 vezes com cada amigo e rachávamos o bico de tão engraçado, até fazíamos com os amigos que estavam ali do nosso lado para ter diversão ao vivo!
   A diretora viu o que estávamos fazendo e gritou:
  “ Basta! Vocês sabem o que estão fazendo? Vocês não podem ferir alguém da terceira dimensão, mas nós podemos ferir vocês! E outra coisa, um susto para nós é 4 vezes mais para a pessoa da primeira dimensão! Vocês podem ter um infarto! “
    Refletimos e decidimos não fazer mais....
  Percebemos que a diretora começou a sumir, achamos incrível e estranho ao mesmo tempo. Perguntamos o que estava acontecendo e ela disse:
  “Seres da terceira dimensão só podem vir aqui uma vez a cada século, e por coincidência vocês vieram aqui neste dia! Foi bem divertido conversar com vocês crianças já que no meu mundo temos a fonte da juventude, daqui a 100 anos mandem seus filhos aqui para conhecer esta realidade! ADEUS CRIANÇAS”
   Ficamos abismados, e agora, que o tédio tinha passado ele voltou de novo. Nos despedimos e voltamos para casa.... Nós combinamos de tentar criar a fonte da juventude para também irmos um dia para outras dimensões com nossos filhos.
O TEMPO PASSOU
   100 ANOS DEPOIS não estávamos mais em nosso mundo, porém nossos filhos cumpriram nosso papel e isso se tornou tradição da minha família e da família de meus amigos.

FIM

AUTOR: RAFAEL O.



***


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